De acordo com a Polícia Federal, Operação Excpert investiga irregularidades em auxílios por incapacidade temporária e aposentadorias por incapacidade permanente. Foram expedidos seis mandados judiciais de busca e apreensão para cumprimento nas cidades de Adamantina, Dracena e Tupi Paulista
Cedida/Portal Siga Mais
A Polícia Federal em Marília e a Força-Tarefa Previdenciária e Trabalhista deflagraram nesta terça-feira (11) a Operação Expert, com o objetivo de investigar fraudes em auxílios por incapacidade temporária e aposentadorias por incapacidade permanente, supostamente praticadas por peritos federais, antigamente denominados peritos médicos previdenciários, e intermediadores que atuavam na cidade de Adamantina (SP). O prejuízo estimado é de mais de R$ 1,2 milhão, podendo chegar aos R$ 2,2 milhões.
Conforme a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, foram expedidos seis mandados judiciais de busca e apreensão para cumprimento nas cidades de Adamantina, Dracena e Tupi Paulista, além de três medidas restritivas de direitos para impedir a continuidade dos atos sob apuração, dentre elas o afastamento de dois peritos federais de suas funções na Agência da Previdência Social de Adamantina, a proibição do intermediador ao acesso a qualquer agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como de manter contato com quaisquer dos investigados.
As investigações indicam que as fraudes aconteceram junto à Agência da Previdência Social de Adamantina, onde os dois peritos federais atuam. De acordo com o Ministério da Economia, foi apurado que o intermediário cooptava os interessados, que passavam por consulta médica particular com um dos peritos federais, o qual fornecia atestados a pessoas saudáveis, declarando-os como incapazes. Já o outro perito atuava no deferimento dos benefícios pleiteados, na esfera administrativa. Há também casos de realização de exame pericial sem a presença física do segurado no INSS.
“Em uma amostragem inicial, de apenas 17 benefícios suspeitos, apurou-se um prejuízo aproximado de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos. Porém, com o desmantelamento do esquema, a economia alcançada referente a oito benefícios que se mantém ativos, dentre eles, pode chegar a R$ 2,2 milhões, relativamente a valores futuros. As averiguações sugerem, ainda, que as somas podem ser muito maiores, pois estima-se que os investigados atuaram na concessão de mais de 1.100 benefícios suspeitos”, explicou a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
A Força-Tarefa ainda investiga a participação de mais pessoas no esquema, uma vez que nos casos em que os benefícios eram cessados administrativamente, foram propostas ações judiciais junto à Justiça Estadual de Adamantina e região, com a utilização de documentação médica supostamente falsa. “Estima-se que mais de 400 ações foram propostas”, informou a Secretaria Especial.
Participaram da operação 27 policiais federais. O nome “expert” faz alusão à especialidade dos peritos, que detêm o domínio da área médica e da estrutura do órgão. Todos os envolvidos vão responder por organização criminosa, estelionato, entre outros crimes.
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