Jéssica Jordão trabalha no Hospital M’Boi Mirim, na Zona Sul de São Paulo, foi deslocada para atender pacientes graves com coronavírus em abril e agora e voltou a atender na UTI da pediatria e neonatal.
A fisioterapeuta Jéssica Jordão, que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch, conhecido como Hospital do M’Boi Mirim, na Zona Sul de São Paulo, afirma que tem se sentido mais “esperançosa” diante da pandemia do novo coronavírus.
“Ainda não está tudo bem, as pessoas ainda precisam se cuidar. A flexibilização não é normalidade e a gente ainda precisa se cuidar e cuidar do outro. A gente ainda tem muito chão pela frente e não sabe o que vai acontecer, mas acho que começamos a ver uma luz no fim do túnel.”
Desde maio, quando conversou com o G1 pela primeira vez, Jéssica teve sua rotina alterada muitas vezes. Antes do início da pandemia, ela trabalhava na pediatria e neonatal do hospital. Depois, foi deslocada para a UTI de Covid-19. Lá, ela atendeu tanto pacientes gravíssimos e sedados como graves e acordados. No mês de julho, ela voltou a atender bebês e crianças.
Segundo ela, a equipe de atendimento a pacientes com Covid-19 foi reforçada e ela voltou para o seu setor de origem. “[Esse retorno] dá a sensação de que está acabando, mas não acabou ainda. Mas dá a sensação de que estamos caminhando para isso.”
A fisioterapeuta conta que, na última semana que trabalhou na UTI de Covid-19, sentiu que houve uma redução de pacientes em estado grave. “Antes de voltar para pediatria, eu tinha a sensação de que estava virando uma bola de neve, que não teria fim. Mas no fim, eu tinha a percepção que o número de pacientes graves diminuiu.”
Na pediatria, as crianças internadas ficam com os responsáveis que, segundo Jéssica, “ficam em alerta, sempre com máscara”. “Cuidam das crianças, mas também estão se cuidando.”
Depois de passar quatro meses na UTI, Jéssica confessa que precisou se readaptar à nova demanda. “Eu estou começando a pegar o ritmo de novo, é mais tranquilo. É mais tranquilo, porque tem menos volume de pacientes, são menos crianças.”
Apesar das mudanças, Jéssica diminuiu os cuidados e preocupações. “Eu ainda sinto medo, mas não quero pensar no pior. Eu quero acreditar que as coisas estão caminhando para uma melhora. Mas a gente ainda tem que ter consciência de que temos que nos cuidar. As crianças se contaminam e é um risco. Devemos continuar nos protegendo.”
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