Estado de SP registra recorde de novos casos de coronavírus em 24 horas, com 16,7 mil confirmações; total vai a 422 mil

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Secretaria da Saúde registrou ainda 361 novas mortes por Covid-19, elevando o total para 20.532 óbitos em SP desde o início da pandemia.

O estado de São Paulo registrou recorde de novos casos confirmados de Covid-19 nesta quarta-feira (22), com 16.777 confirmações da doença em 24h. O número alto desta quarta elevou a média móvel diária, que considera os registros dos últimos 7 dias, para 6.610 casos diários. O total desde o início da pandemia chegou a 439.446 casos em todo o estado.

Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde também foram registradas 361 novas mortes por Covid-19, elevando o total para 20.532 óbitos.

As novas confirmações em 24 horas não significam, necessariamente, que as mortes e casos aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. Os números costumam ser menores nos finais de semana e às segundas-feiras, devido ao atraso nas notificações nestes dias.

Em nota enviada na noite desta terça, a Secretaria informou que o excesso de casos se deve ao represamento de notificações por causa de “instabilidade técnica”.

“A Secretaria de Estado da Saúde informa que o sistema oficial de notificação de casos leves de COVID-19, o E-SUS do Ministério da Saúde, apresentou instabilidade técnica na última semana, que dificultou a inserção de dados por parte dos municípios, conforme reportado pelo próprio DATASUS.

A pasta prosseguiu com a extração diária dos dados disponíveis em sistema para divulgação à imprensa e toda a sociedade, sempre com a compromisso pela transparência. Assim, o dado de hoje, que aponta salto de 16 mil casos desde ontem, decorre desse represamento no processo de notificação. Portanto, os dados não significam um crescimento na velocidade da transmissão do coronavírus no Estado de SP, já que o acumulado de novos casos dos últimos sete dias apresentam queda de 10% comparado com os dados dos sete dias anteriores”, diz a nota.

G1 procurou o Ministério da Saúde e aguarda posicionamento.

Veja novos registros no estado de SP nas últimas 24 horas:

  • 361 mortes
  • 16.777 casos confirmados

Veja o total no estado de SP desde o início da pandemia:

  • 20.532 mortes
  • 439.446 casos confirmados

O recorde anterior de casos no estado em um dia havia ocorrido no dia 2 de julho, com 12.244 novas confirmações. Em um único dia, o estado chegou a registrar 19 mil casos da doença, mas isso ocorreu devido ao acúmulo de casos não inseridos em sistema após dois dias com problemas no sistema de notificação do governo federal.

O coordenador-executivo do comitê de saúde do estado, João Gabbardo, disse que o número das últimas 24h “foi maior do que o esperado”, mas que projeta que a média da semana seja inferior à da semana anterior.

“Realmente nas últimas 24 horas o número de casos notificados foi maior do que era esperado, foram 16.777 casos confirmados nas últimas 24 horas. Mas se nós analisarmos esta semana, de domingo até quarta-feira, nós vamos chegar ao número de casos confirmados de 27 mil. Nos mesmos quatro dias na semana anterior, nós tivemos 35 mil casos confirmados”, disse Gabbardo.

9 de junho - Trabalhadores passam por checagem e teste do coronavírus (covid-19) na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo — Foto: Vitor Orsola/Uai Foto/Estadão Conteúdo
9 de junho – Trabalhadores passam por checagem e teste do coronavírus (covid-19) na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo — Foto: Vitor Orsola/Uai Foto/Estadão Conteúdo

“Então, nessa semana, comparando com a semana 29, nos quatro primeiros dias nós temos um decréscimo no estado de 22% de casos confirmados, então, não nos preocupa esse número”, completou.

Gabbardo disse ainda que o número alto em 24h pode ter ocorrido por conta de resultados acumulados dos laboratórios, “de dias que estavam com demanda reprimida e ontem saíram”.

A média móvel diária de mortes no estado está em 270. O indicador avalia os registros dos últimos 7 dias e é usado para analisar a tendência da epidemia corrigindo a diferença de notificação entre os dias da semana. Veja a variação de mortes e casos por dia nos gráficos abaixo:

Internações e UTIs

As taxas de ocupação dos leitos das unidades de terapia intensiva (UTI) tiveram leve queda para 66,5% no estado e 64% na grande São Paulo. Na terça, as taxas eram 66,8% no estado e 64,9% na Grande São Paulo. Veja no gráfico abaixo:

O número de pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19 também teve leve queda nesta quarta para 13.471, sendo 8.055 em enfermaria e 5.416 em UTI. Na terça, eram 14.074 pacientes, sendo 8.269 em enfermaria e 5.806 em UTI. Veja no gráfico o abaixo:

Ainda segundo o governo estadual, 299.647 pessoas se recuperaram da Covid-19 em SP até o momento, sendo 60.866 relativos a pacientes que tiveram altas hospitalares.

Interior puxa recorde de mortes semanais

O governo de São Paulo afirmou nesta segunda-feira (20) que um aumento de 24% nas mortes por coronavírus no interior na última semana foi o responsável por fazer com que o estado como um todo batesse o recorde semanal, com 1.945 novas mortes, após três semanas seguidas em que o valor havia apresentado leve queda.

No entanto, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, afirma que o aumento está dentro das projeções realizadas pela gestão João Doria (PSDB). Em meio à flexibilização gradual da quarentena em várias regiões, o governo prevê que o estado atinja um total de 21 mil a 26 mil mortes por coronavírus até o final de julho.

“Realmente na semana passada a gente teve um número de óbitos maior do que os das semanas anteriores. Nós estávamos há três semanas com redução, mas isso não altera o que nós imaginávamos desde o início do plano, de que a capital tinha uma tendência de queda, manutenção dos seus números de casos e óbitos, e uma provável expansão no interior”, disse Gabbardo nesta segunda.

Segundo o diretor, houve aumento menor de mortes na capital e na Região Metropolitana, dentro do que especialistas ainda consideram estabilidade na análise da média móvel. Mas os números do interior puxaram o total do estado para o avanço de 14%, limite da taxa para que seja considerado aumento, e não estabilidade.

“Na Região Metropolitana o aumento do número de óbitos foi de 7%, na capital ainda menor, em torno de 2,6%. Houve um aumento de óbitos no interior bastante considerável, na ordem de 24%. No total, os números mantém o estado em uma estabilidade, dentro da nossa previsão. […] Até 15% consideramos estabilidade”, afirmou.

Recorde de mortes na semana

Neste sábado (18), o estado de São Paulo registrou o maior número de mortes por Covid-19 em uma semana desde o início da pandemia, com 1.945 óbitos semanais.

A alta semanal foi de 14% e acontece após três semanas de leves quedas no número de mortos em São Paulo. Na semana do dia 5 de julho ao dia 11, foram registradas 1.706 mortes, na do dia 28 de junho ao dia 4 de julho, 1.733, e na do dia 21 de junho a 27 de junho, 1.760.

O balanço de mortes semanal é importante para avaliar o avanço da doença pois há uma variação muito grande dos registros de um dia para o outro. Os novos casos e mortes diários são contabilizados de acordo com o registro no sistema, e não com o dia em que ocorreram.

Mortes por Covid-19 por semana em São Paulo — Foto: Arte G1
Mortes por Covid-19 por semana em São Paulo — Foto: Arte G1

Capital tem aumento na ocupação de leitos

Após queda iniciada no meio de junho, a taxa de ocupação dos leitos privados e municipais voltou a subir na cidade de São Paulo, segundo análise feita pelo pesquisador Marcio Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP.

A pesquisa foi feita com hospitais privados selecionados na cidade, nos quais o pesquisador teve acesso aos dados de ocupação, e também com dados públicos de hospitais municipais, além dos hospitais de campanha geridos pela administração municipal.

Apesar da alta na taxa de ocupação de leitos municipais e privados, as novas internações por Covid-19 estão estáveis na cidade de São Paulo. O pesquisador alerta, no entanto, que a estabilidade em um patamar alto pode estar motivando a alta na taxa de ocupação, já que os pacientes internados com Covid-19 podem levar muitos dias para terem alta.

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