Casal é preso em operação contra desvio de dinheiro na saúde pública

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MP e polícia cumpriram mandado de prisão preventiva contra administradores da Bio Rio. Luiz Eduardo e Simone Cruz são sócios de empresa de biotecnologia que mantinha convênio com a Secretaria de Saúde.

Um casal foi preso em operação da Polícia Civil e do Grupo de Combate ao Crime Organizado do MP-RJ contra desvio de dinheiro público. Luiz Eduardo Cruz e Simone Amaral da Silva Cruz foram detidos numa casa de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, na manhã desta quarta-feira (6). Eles são suspeitos de desviar quase R$ 6 milhões de um convênio com a prefeitura do Rio

De acordo com a investigação, a Bio-Rio, um pólo de empresa de biotecnologia que recebe verbas para formação de médico, teria feito seis convênios com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, entre 2014 e 2016, para a realização de cursos de pós-graduação para médicos da secretaria.

Segundo a investigação, a prefeitura repassou mais de R$ 87 milhões, dos quais R$ 6 milhões foram para cobrir uma taxa de administração. Escutas telefônicas obtidas com autorização da Justiça mostram a preocupação dos integrantes do conselho da Bio Rio com a investigação. Em um dos trechos, a testemunha comenta irregularidades apontadas pelo TCM.

O casal também é sócio da Cryopraxis, empresa de biotecnologia que recolhe e armazena células-tronco do cordão umbilical de recém-nascidos.Luiz Eduardo Cruz faz parte do conselho administrativo do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) , organização social que adminstra várias unidades de saúde no Rio. Segundo os investigadores, essas empresas não estão envolvidas no desvio, mas os acusados usavam a estrutura delas para cometer os crimes.

De acordo com os investigadores, apesar de esse convênio ter sido feito entre a Bio Rio e a prefeitura, tanto Simone quanto Eduardo usavam o e-mail da Cryopraxis para negociá-las. A investigação aponta ainda que outras oito pessoas estão envolvidas no crime.

Junto com outros dois denunciados, eles definiam como aconteceriam os desvios de verba pública, reuniões com os demais membros da organização criminosa e definição dos percentuais e valores desviados dos convênios.

“Em resumo, tinham o poder de criação, gerência e manutenção dos crimes e, consequentemente, o domínio final dos delitos praticados pela malta”, descreve a denúncia do Ministério Público.

A Bio Rio informou que não tem nada a declarar sobre a operação. Os investigadores informaram que não existe qualquer irregularidade envolvendo a prefeitura do Rio. E até a publicação da reportagem, a defesa do casal não havia se pronunciado.

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