Deputados do Conselho de Ética e dos partidos do centrão afirmaram ao blog, reservadamente, que, antes de decidir sobre qual penalidade aplicarão a Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), pela declaração de que é possível a edição de um novo AI-5, vão aguardar: querem acompanhar se a reação ao pedido de cassação serviu como um “freio de arrumação” na postura e falas do deputado, um dos filhos do presidente da República.
Segundo o blog apurou, aliados de Eduardo procuraram a cúpula da Câmara para argumentar que ele está protegido pela imunidade parlamentar.
Ouviram que, sim, desde que dentro da democracia. Ouviram também que ataques reiterados a instituições não são democráticos.
No entanto, na Câmara, deputados afirmam que o processo no Conselho de Ética é um processo político e não deve ter solução sumária. “Vai ficar de castigo”, disse um líder da Câmara.
“Muitos deputados estão cansados. Claramente, a reação da semana passada foi um curto circuito. Vamos acompanhar se haverá um freio de arrumação nesses ataques”, disse um dos principais caciques da Câmara ao blog.
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Eduardo Bolsonaro durante sessão da Câmara em outubro — Foto: REUTERS/Adriano Machado
O presidente Jair Bolsonaro também avalia ser caso de imunidade parlamentar, mas, para parlamentares, por ora, o argumento serve para eventual processo no Supremo Tribunal Federal.
No Conselho de Ética, a avaliação é a de que se trata de um processo político. Hoje, ninguém acredita que ele será cassado, pode ter uma pena suavizada, como advertência ou suspensão. Mas, perguntados pelo blog, parlamentares do centrão e da integrantes da cúpula da Câmara repetem que devem aguardar os desdobramentos antes de tomarem uma decisão.