Média móvel de mortes diárias, que corrige a diferença nas notificações, está acima de 200 no estado há 74 dias consecutivos. Estabilidade no ponto mais alto, o ‘platô’, já dura 51 dias.
O estado de São Paulo registrou 98 novas mortes por coronavírus em 24 horas, elevando o total desde o início da pandemia para 25.114 óbitos, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde neste domingo (9). Também foram confirmados 5.395 novos casos em um dia, elevando o total para 627.126 desde o início da pandemia.
São Paulo atingiu neste sábado (8) a marca de 25 mil mortos por Covid-19, 1/4 das mortes de todo o Brasil, que ultrapassou as 100 mil vidas perdidas para a doença.
As novas confirmações em 24 horas não significam, necessariamente, que as mortes e casos aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. Os valores costumam ser menores aos finais de semana e segundas-feiras.
A média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos 7 dias e corrige as diferenças das notificações, é de 257 óbitos por dia neste domingo.
O índice está acima de 200 mortes por dia há mais de 2 meses no estado (74 dias consecutivos). A curva dos novos registros de mortes parou de acelerar no dia 19 de junho, mas se mantém estável no ponto mais alto há 49 dias, o que os especialistas chamam de “platô”. (leia mais abaixo)
Veja os novos registros no estado de SP nas últimas 24 horas:
- 98 mortes
- 5.395 novos casos confirmados
Veja o total no estado de SP desde o início da pandemia:
- 25.114 mortes
- 627.126 casos confirmados
Internações e ocupação de UTIs
Neste domingo (9), a taxa de ocupação dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) se manteve estável em relação a sábado, com índices de 59,8% no estado e 58,1% na Grande São Paulo, mesmos valores registrados desde sexta (7).
O número de pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19 no estado subiu levemente para 12.739, sendo 5.464 em unidades de terapia intensiva (UTI) e 7.275 em enfermaria. No sábado (8), o total era de 12.729, sendo 5.453 em unidades de terapia intensiva (UTI) e 7.276 em enfermaria.
Ainda segundo a secretaria estadual da Saúde, 414.332 pessoas são consideradas recuperadas da doença no estado, sendo que 76.656 foram internadas e tiveram alta hospitalar.
25 mil mortes em 5 meses
O estado de São Paulo ultrapassou neste sábado (8) a marca de 25 mil mortes por coronavírus. É como se a cidade de Monte Aprazível, localizada na região de São José do Rio Preto, tivesse toda sua população dizimada.
Foram necessários 100 dias até que a curva epidemiológica de mortes parasse de acelerar no estado, mas o crescimento se estabilizou no patamar mais alto, o chamado platô, sem que houvesse uma queda significativa na sequência.
A média diária de mortes no estado está acima de 200 há mais de 70 dias, e chegou a ficar acima de 250 por várias vezes durante esse período. É como se uma aeronave de grande porte caísse diariamente no estado, matando todas as vítimas a bordo. A estabilidade de mortes em um patamar tão elevado, comparada à queda de um avião por dia, preocupa os especialistas.
A marca de 25 mil mortos representa um quarto do total das mortes no Brasil pela Covid-19, que superaram 100 mil neste sábado (8). Durante os cinco meses que separam essa marca da primeira morte, confirmada no dia 12 de março, muita coisa mudou nas cidades. Parques, igrejas e escritórios fecharam suas portas, assim como padarias, bares e casas noturnas. Reuniões de amigos e familiares passaram a ser realizadas online e o ensino teve que se adaptar rapidamente para o modelo à distância.
Na tentativa de conter a evolução da pandemia o governo decretou a quarentena no dia 24 de março, a qual obrigou o fechamento do comércio e manteve apenas os serviços essenciais.
Impacto no comércio
Mais de 50 mil bares e restaurantes fecharam as portas em definitivo no estado, conforme dados da associação responsável pelo setor. Outros, permanecem fechados ou tentando reabrir aos poucos, tanto devido à queda no consumo quanto às dificuldades financeiras e sanitárias de retomada. Ao todo, 250 mil estabelecimentos desse tipo funcional no estado e 55 mil na capital, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Dificuldades sentidas no comércio se refletiram em demissões. Apenas no setor de bares e restaurantes, a Abrasel estima que cerca de 300 mil pessoas ficaram desempregadas durante a pandemia.
A taxa de desemprego registrada na cidade de São Paulo foi de 13,2%, percentual maior que o do estado de São Paulo que registrou 12,2% entre pessoas com mais de 14 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Durante a pandemia, 1 milhão de brasileiros perderam o emprego, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O reflexo do desemprego também foi sentido no número de famílias despejadas ou ameaçadas de despejo no estado de São Paulo, foram 2.500 apenas apenas durante a pandemia, segundo o Observatório das Favelas, grupo de pesquisas e defesa da moradia na região metropolitana de São Paulo.