Novos registros pararam de acelerar no dia 19 de junho, mas se mantêm estáveis no ponto mais alto.
Quase cinco meses após a primeira morte por coronavírus em São Paulo, o estado chegou nesta quinta-feira (6) ao total de 24,4 mil óbitos desde o início da pandemia, com média diária de 248 óbitos. Já são 71 dias seguidos com a média de mortes acima de 200 por dia.
A curva dos novos registros parou de acelerar no dia 19 de junho, mas se mantém estável no ponto mais alto há 48 dias, o que os especialistas chamam de “platô”.
A primeira morte por Covid-19 aconteceu no dia 12 de março e foi confirmada no dia 17 do mesmo mês. A partir de então, o estado levou 100 dias para chegar à marca de 12.232 mortes, metade do total de hoje. Desde o início do platô, foram registradas outras 12.216 mortes. Ou seja, a outra metade foi alcançada em apenas 48 dias.
Para a professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, Maria Furquim de Almeida, o elevado número de mortes mostra que até aqui não houve um rastreamento adequado do coronavírus. Segundo ela, para conseguir baixar essa curva é preciso aumentar a testagem e monitorar as pessoas contaminadas.
“A gente precisa de uma política eficiente de restreamento de casos novos. Identificado os doentes e isolando seus possíveis contatos que dessem teste positivos, para eles não transmitirem para outras pessoas”, afirma.
A Secretaria Estadual da Saúde disse que, do começo da pandemia até julho, aumentou de 900 para 21 mil o número de testes aplicados por dia. E que quase 1,8 milhão de pessoas foram testadas no estado. O número absoluto considera todos os tipos de testes e a rede pública e privada.
Capital paulista ultrapassa 10 mil mortes
A capital paulista ultrapassou a marca de 10 mil mortes por coronavírus, segundo dados da Prefeitura de São Paulo. Até esta terça-feira-feira (4), eram 10.055 mortos.
O estado de São Paulo considera que 9.909 mortes foram registradas na cidade até esta quinta-feira (6). O critério de notificação adotado pela prefeitura é diferente do da gestão estadual, pois considera a data em que as mortes ocorreram e não a data de registro.
Pela análise da prefeitura, que se baseia na data do atestado de óbito, a capital está em uma tendência de queda no número de mortes.
Já a análise feita com base nos dados estaduais, que considera a data de registro, aponta que a cidade de São Paulo voltou a apresentar estabilidade de mortes nesta quinta-feira (6), revertendo a tendência de queda que vinha sendo observada. A média móvel de mortes é de 63 por dia. Há duas semanas, esse número era de 66.