Média móvel de mortes por dia, que corrige a diferença nas notificações, está acima de 200 no estado há 70 dias consecutivos.
O estado de São Paulo registrou 407 novas mortes por coronavírusem 24 horas, elevando o total desde o início da pandemia para 24.109 óbitos, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde nesta quarta-feira (5). Este é o terceiro maior valor de mortes registrado em um dia no estado desde o início da pandemia.
O recorde de mortes em um dia aconteceu em 23 de junho, com 434 registros; seguido pelo valor de 417, em 14 de julho. O valor de 407 também foi verificado em 25 de junho. No dia 29 de julho, houve o registro diário de 713 mortes, mas ele é referente ao acumulado de dois dias, após o governo não ter publicado os dados no dia anterior.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (5), também foram confirmados 9.676 novos casos em um dia, elevando o total para 585.265.
As novas confirmações em 24 horas não significam, necessariamente, que as mortes e casos aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. Os valores costumam ser menores aos finais de semana e segundas-feiras.
A média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos 7 dias e corrige as diferenças das notificações, é de 246 óbitos por dia nesta quarta. Houve uma variação de -7% em relação aos 14 dias anteriores, o que pra os especialistas é considerado estabilidade de mortes.
O índice está acima de 200 mortes por dia há mais de 2 meses no estado (70 dias consecutivos). A estabilidade nesse patamar alto é chamada de platô. (leia mais abaixo)
Veja os novos registros no estado de SP nas últimas 24 horas:
- 407 mortes
- 9.676 novos casos confirmados
Veja o total no estado de SP desde o início da pandemia:
- 24.109 mortes
- 585.265 casos confirmados
Nesta quarta-feira, o governo de São Paulo também liberou o funcionamento de bares e restaurantes até 22h no estado. Medida entra em vigor a partir desta quinta-feira (6) e vale para as regiões que estão há 14 dias na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização da quarentena.
A mudança ocorre após reclamações do setor, que só estava autorizado a atender aos clientes até as 17h. O tempo de funcionamento permanece de 6h por dia, mas poderá ser fracionado pelos estabelecimentos.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta quarta que iniciará um projeto piloto para testar a liberação da colocação de mesas nas calçadas pelos estabelecimentos. O protocolo sanitário assinado pela prefeitura em julho com o setor proibia a utilização das mesas na calçada.
Internações e ocupação de UTIs
Nesta quarta, a taxa de ocupação dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) teve queda em relação a terça, com índices de 60,2% no estado e 58,7% na Grande São Paulo. Na terça, as taxas eram de 60,8% no estado e 59,3% na Grande SP.
O número de pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19 no estado caiu para 13.060, sendo 5.544 em unidades de terapia intensiva (UTI) e 7.516 em enfermaria. Na terça, o total era de 13.236, sendo 5.672 em unidades de terapia intensiva (UTI) e 7.564 em enfermaria.
Ainda segundo a secretaria estadual da Saúde, 387.918 pessoas são consideradas recuperadas da doença no estado, sendo que 73.036 foram internadas e tiveram alta hospitalar.
Platô de mortes
O estado de São Paulo registrou duas semanas seguidas com leves quedas no número total de mortes por coronavírus. No entanto, média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos 7 dias e corrige as diferenças das notificações, está acima de 200 mortes por dia há mais de 2 meses no estado. A estabilidade nesse patamar alto é chamada de platô.
Na semana entre 26 de julho e 1º de agosto, foram registrados 1.719 óbitos no estado. Na semana anterior, de 19 a 25 de julho, haviam sido registrados 1.870.
O número da última semana, no entanto, ainda está acima do registrado antes do recorde batido na semana entre os dias 12 e 18 de julho, com 1.945 óbitos. Julho também foi o mês com o maior número de mortes no estado desde o início da pandemia. (leia mais abaixo)
Para especialistas, a estabilidade em um patamar alto de novas mortes – o chamado platô – é “um estado tênue e instável de crise”. Membro do comitê de saúde do governo estadual, Dimas Covas já criticou o que chama de “explosão de um Boeing 747 por dia” e alertou que o platô pode se estender até o ano que vem, caso não haja aumento no isolamento social.
A estabilidade de mortes no estado pode ser explicada pela interiorização da doença. Enquanto a capital e parte da Região Metropolitana apresentam tendência de queda, no interior a doença ainda está em alta.
Julho foi o mês com mais mortes no estado
O mês de julho teve recorde de novos casos e novas mortes pelo coronavírus no estado de São Paulo desde o início da pandemia. O levantamento foi feito pela Globonews com base nos dados divulgados pelo governo do estado.
O número de mortes foi 15% maior que o registrado em junho. Foram 8.234 mortes em julho, uma média de 266 mortes a cada dia no estado. Em maio, foram 5.240 mortes no total e 2.239 em abril.
Entre os dias 1º e 31, foram registrados 260.924 casos —uma média de 8.417 novos casos por dia. Esse total é 52% maior que o registrado em junho, quando foram registrados 171.682 casos no estado.
Já na capital, o número de mortes em julho foi menor do que nos dois meses anteriores. Em julho, a cidade de São Paulo registrou 2.387 novos óbitos — número 17% menor que o de junho (2.882) e 13% menor que o de maio (2.758).
O número de novos casos na capital acompanhou o crescimento do estado e também foi o maior já registrado desde o início da pandemia. Foram 70.441 novos casos —um aumento de 5% em relação a junho, quando foram registrados 66.988 casos na cidade.
O governo justifica o aumento no número de casos confirmados à maior testagem da população.