Anúncio foi feito pelo prefeito Atila Jacomussi na noite desta quarta (29). Decisão difere do plano de volta às aulas do governo estadual, que prevê retomada parcial das aulas presenciais no dia 8 de setembro, caso indicadores de saúde sejam atingidos.
A rede municipal de ensino de Mauá, na Grande São Paulo, não deve retomar as aulas presenciais neste ano. O anúncio foi feito pelo prefeito Atila Jacomussi em uma transmissão online realizada na noite desta quarta-feira (29). A decisão é feita em desacordo com o Plano São Paulo, do governo de São Paulo, que prevê que as aulas sejam retomadas no dia 8 de setembro em todo o estado, caso os indicadores da pandemia de Covid-19 pré-definidos sejam atingidos.
De acordo com o prefeito, Mauá possui 45 escolas de educação infantil, sendo 42 municipais e três conveniadas. Os alunos possuem entre 0 a 5 anos. Segundo o site da Prefeitura de Mauá, há 18 mil alunos na rede municipal da cidade.
“Imagine bebês voltando às escolas diante desta pandemia, mesmo que tenhamos baixos índices de evolução da doença, eles são possíveis transmissores para pais, irmãos e avós. Precisamos preservar as vidas, que são o bem mais importante da nossa cidade”, destacou Atila.
O prefeito disse ainda que o formato de retomada planejada pelo governo estadual contempla o rodízio de alunos, com dois ou três dias de aula na semana, o que também não seria suficiente para recuperar o cronograma do ano letivo deste ano, prejudicado pela quarentena imposta no estado.
São Bernardo do Campo e Santo Andre discutem a volta às aulas
A secretaria de Educação da Prefeitura de São Bernardo do Campo informou, por meio de nota, “que está analisando tecnicamente a data para retorno das aulas na rede municipal de ensino sugerida pelo governo do Estado e ainda não há decisão definitiva. Caso os dados epidemiológicos atuais sejam mantidos, a tendência é que as aulas não sejam retomadas no próximo dia 8 de setembro.”
O prefeito Orlando Morando (PSDB) disse que a decisão será tomada em âmbito municipal. “Enquanto não tivermos segurança suficiente não vamos voltar às aulas. Mesmo que o governo do Estado mantenha a data, a decisão de voltar é do município.”
Segundo ele, “hoje, somos a cidade menos vulnerável à doença da Região Metropolitana, por conta de todas as medidas sanitárias e de isolamento social, mas essa situação não é estática, muda o tempo todo. Não podemos afrouxar os cuidados. Estamos pensando na segurança das crianças e dos profissionais da Educação”, disse Morando.
Em Santo André, o prefeito Paulo Serra (PSDB), disse que está avaliando a retomada das aulas não presenciais, mas acha difícil a volta às aulas de forma presencial.
“Estamos avaliando os números, estamos na terceira quinzena após a reabertura e vamos dialogar com as escolas de ensino privado, estamos dialogando com a nossa rede, com pais, professores e vamos validar um plano. A ideia na rede pública é que não haja retorno presencial. Vamos ouvir a rede privada para saber quais os protocolos”, disse Serra.
Segundo ele, o passo agora é definir os protocolos com a rede particular. “A prefeitura só tem interferência e atribuição direta na rede municipal, tanto a rede estadual e a privada ficam sob responsabilidade de decretos e legislações estaduais. Estamos fazendo todo o esforço para que haja a continuidade das aulas, mesmo que não presencial, para que não haja prejuízo pedagógico e preservando a segurança de seus alunos e familiares”, disse o prefeito de Santo André.
Volta às aulas em 8 de setembro
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse em 17 de julho que está mantida a volta às aulas no início de setembro para as cidades que tiverem mais de 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização.
No dia anterior, o governo havia anunciado que a retomada das escolas seria objeto de uma “reavaliação” por conta de estudos que estimaram aumento de mortes entre crianças com a volta às aulas.
São Paulo planeja a retomada gradual das aulas a partir de 8 de setembro para as cidades que tiverem mais de 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização, segundo o governo paulista. A proposta prevê ainda combinação de aulas presenciais e virtuais