Secretaria estadual de Saúde confirmou o ocorrido no hospital de campanha de Heliópolis e disse que houve falha na conferência dos corpos pelo Serviço Funerário de SP. Filho da vítima e governo registraram boletim de ocorrência.
O motorista de caminhão Eder Aleixo, de 37 anos, diz que o pai, Laurindo Aleixo da Rocha, de 79 anos, foi enterrado “enganado”, como se fosse outra pessoa, após receber atendimento e morrer por causa da Covid-19 no Hospital de Campanha de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo.
Laurindo seria enterrado nesta segunda-feira (27). Mas, ao chegar ao hospital para reconhecer o corpo, o filho encontrou outra pessoa no caminhão frigorífico, com codinome “Marcos”, e que não era seu pai.
A secretaria Estadual de Saúde, que administra o hospital de campanha, confirmou a troca de corpos e lamentou o ocorrido. Em nota, a pasta disse que o problema ocorreu por falha do serviço funerário, que não fez a “necessária conferência”.
“A unidade informa que realizou a identificação correta dos corpos, seguindo os protocolos estabelecidos pelas autoridades de saúde. Quando o serviço funerário foi retirar um dos corpos, não houve a necessária conferência, feita por representante do Hospital e pela equipe do serviço funerário, com equívoco no corpo levado”, disse a nota do órgão (leia a íntegra da nota abaixo).
Tanto a secretaria de Saúde quanto Eder registraram boletim de ocorrência sobre o ocorrido.
Segundo o filho da vítima da confusão, ao questionar as autoridades, pela manhã, sobre onde estava o corpo do pai, Eder Aleixo foi levado a uma sala da direção do hospital, onde, segundo ele, recebeu a informação de que o pai já havia sido enterrado, como se fosse outra pessoa.
“Meu pai foi enterrado enganado, por engano, como se fosse outra pessoa, no domingo (26), me disseram”, afirmou Eder. “Hoje eu fui reconhecer o corpo para sepultar e quem estava lá não era o meu pai”, diz o motorista.
Segundo ele, o hospital demorou para confirmar a troca de corpos: “No hospital, me enrolaram até as 15h desta segunda. Quando meu tio disse que iria chamar a imprensa, eles me convocaram para uma sala e vieram dar respostas que tinham enterrado o corpo errado, e que iriam me dar todo o apoio no processo”, diz Eder.
Por dispor de 34 UTIs para atendimento de pacientes com Covid-19, o Hospital de Campanha de Heliópolis é o que registra mais mortes por coronavírus entre os hospitais de campanha da capital paulista. Até o dia 20 de julho, a unidade tinha 78 mortos, quantidade muito superior aos outros hospitais de campanha de São Paulo. Na primeira quinzena do mês, o hospital de Heliópolis teve alta de 64% no número de óbitos na contagem feita até 17 de julho.
Veja a íntegra da nota da secretaria estadual de Saúde sobre o ocorrido:
“O Hospital de Campanha de Heliópolis lamenta o ocorrido e pede desculpas às famílias de ambos os pacientes, com o compromisso de aprimorar o trabalho de verificação de corpos.
A unidade informa que realizou a identificação correta dos corpos, seguindo os protocolos estabelecidos pelas autoridades de saúde. Quando o serviço funerário foi retirar um dos corpos, não houve a necessária conferência, feita por representante do Hospital e pela equipe do serviço funerário, com equívoco no corpo levado. Ambos os pacientes eram idosos, tinham comorbidades e diagnóstico confirmado de COVID-19.
No seu processo normal de verificação diária, o hospital notou o equívoco comunicou as famílias o ocorrido. Assim, todas as providências foram tomadas, inclusive com registro de Boletim de Ocorrência.”