Policiais militares abordaram um motoboy na tarde desta terça-feira (14), na Avenida Rebouças, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra dois policiais militares dando uma gravata e sufocando um entregador na tarde desta terça-feira (14), na Avenida Rebouças, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
No vídeo, é possível ver os dois policiais militares, um homem e uma mulher, segurando o motoboy. Ele grita: “tira a mão de mim, por que você está me agredindo? Um dos policiais responde: “você tá louco”. Em seguida, o entregador diz: “eu estou louco porque você está me agredindo”.
Ao cair no chão com os policiais, o motoboy ainda grita: “Não consigo (…) não consigo respirar”. Em outro vídeo, um policial militar aparece com arma nas mãos e pede que as pessoas se afastem. Ao fundo, é possível ver o motoboy no chão dominado por policiais militares.
“Foi uma abordagem agressiva, abusiva. Os policiais já partem para a violência. As pessoas devem ser abordadas quando há indícios de que esteja cometendo algum crime. Eles poderiam ter conversado com o rapaz, não precisavam de imediato já querer derrubá-lo, constrangê-lo e humilhá-lo diante daquela situação e depois tomarem as devidas providências necessárias. Todas essas abordagens precisam ser revistas, principalmente as que provocam sufocamento. É preciso rediscutir as abordagens policiais. Os policiais podem responder por abuso de autoridade e lesão corporal”, disse Ariel de Castro Alves, advogado e conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe ).
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que a “Polícia Militar esclarece que ao visualizar o motociclista em cima da calçada e com a placa encoberta, a equipe policial deu ordem de parada e iniciou a abordagem.”
Ainda segundo a nota, “o motociclista ofereceu resistência, sendo contido. Foi constatado que ele está com a habilitação vencida desde 2019.”
A corporação informou ainda que o caso foi registrado como termo circunstanciado de resistência no 14º Distrito Policial. A motocicleta foi apreendida administrativamente e a autoridade policial solicitou exames de corpo de delito aos policiais e ao rapaz, e encaminhou o caso ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).