Câmera gravou vítima entrando no banco de trás de carro da PM antes de aparecer morto em comunidade próxima da favela do Areião. Entre os acusados, presos desde maio, há sargentos, cabos e soldados.
A Justiça Militar mandou libertar sete policiais militares que estavam presos desde maio acusados pelo sequestro e morte de um jovem de 23 anos morador da favela do Areião, no Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo, em 24 de abril. Entre os acusados há sargentos, cabos e soldados.
Eles haviam sido denunciados em junho pelo MP Militar por sequestro seguido de morte. Os policiais estavam detidos no Presídio Militar Romão Gomes havia dois meses.
Em julgamento realizado por videoconferência na tarde de terça-feira (14), o Conselho Permanente de Justiça do Tribunal de Justiça Militar decidiu libertar os PMs, a pedido da defesa deles. A decisão pela liberdade ocorreu por votos apertados de 3 contra 2 dos juízes que integram o colegiado.
Dos 8 policiais presos logo após o caso, outro PM já havia sido libertado anteriormente, a pedido do Ministério Público.
Os juízes militares também decidiram que o caso permanecerá sendo julgado pela Justiça Militar e não pela Justiça comum, onde os PMs poderiam ir a júri popular pelo homicídio.
A vítima, o vendedor ambulante David Nascimento dos Santos, foi sequestrado quando saiu para receber um lanche na esquina de uma viela, quando foi abordado por PMs e colocado no banco de trás de uma viatura do Baep (Batalhão de Ações Especiais Policiais). Uma câmera gravou a abordagem.
Duas horas depois, o rapaz apareceu morto na favela da Fazendinha, em Osasco. Os policiais alegaram que o rapaz tinha se envolvido num tiroteio.
Após ser ouvida na Corregedoria da PM, a família do jovem pediu proteção, porque estariam sofrendo ameaças.
Moradores da comunidade do Areião fizeram um protesto, no dia seguinte à morte, pedindo Justiça.