Vendedor registrou boletim de ocorrência após ter presenciado agressão em vídeo divulgado em redes sociais. Segundo advogada, PMs acharam que ele que divulgou imagens e tentaram levá-lo de casa.
Um dos vizinhos do homem que foi agredido por policiais militares em uma avenida de Barueri, na Grande São Paulo, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil no sábado (13) à noite após ser ameaçado por PMs em sua casa.
Segundo a advogada do vendedor de 37 anos, Patrícia Carvalho, oito policiais, com armas em mãos, foram até a casa dele acreditando que ele tinha divulgado as imagens das agressões nas redes sociais e ameaçaram levá-lo em uma das viaturas da corporação.
Aos PMs, o vendedor negou ter divulgado as imagens e disse que desconhecia a divulgação. O vendedor também se negou a entrar nas viaturas da corporação a pedido dos policiais, pois estava trabalhando no momento.
Segundo a advogada, ele se sentiu ameaçado e intimidado com a presença dos agentes em sua casa, que foram embora logo em seguida. Na segunda-feira (15), a defesa do vendedor fará também uma representação na Corregedoria da PM por ameaça.
O vídeo das agressões dos PMs repercutiu nas redes sociais e na imprensa no final de semana. Os policiais continuaram agredindo um homem, após uma abordagem, mesmo ele já estando rendido no chão. Vizinhos que tentaram proteger a vítima também apanharam dos PMs.
A corporação informou que seis policiais foram afastados.
Abordagem
No vídeo é possível ver que no momento da abordagem, o homem estava sentado na calçada, sozinho, com o celular na mão. A viatura da PM estaciona no local e um policial rende a vítima com uma gravata no pescoço. Já imobilizado e algemado, deitado no chão, as agressões continuam.
Pelo menos três vizinhos que saíram de casa e começaram a gritar para que os policiais parassem de bater no homem também foram agredidos com cassetetes pelos outros policiais que estavam na viatura. Um deles grita que a vítima é “um homem doente.”
“Agressões não fazem parte do protocolo de abordagem das polícias paulistas. A Ouvidoria vai requisitar à Corregedoria da Polícia Militar a identificação dos policiais envolvidos e seu afastamento ao menos até o término das investigações, permitindo a todos o constitucional direito de defesa”, informou a Ouvidoria da Polícia de SP.
O governador João Doria (PSDB) lamentou a agressão em sua conta no Twitter e disse que os policiais foram afastados.