‘Se até sexta-feira ele não conseguir fazer isso, a partir da segunda é outro secretário que vai tentar fazer’, afirmou o prefeito em coletiva do governo de SP. Mais cedo, porém, ele negou que medida seja uma obrigatoriedade, conforme tinha sido anunciado por seu próprio secretário na semana passada.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse nesta segunda-feira (8), que deu um prazo de cinco dias para que seu secretário municipal de Transportes, Edson Caram, garanta que os ônibus circulem na cidade apenas com passageiros sentados. Caram é responsável pela pasta desde dezembro de 2018.
“O secretário municipal de transportes havia me dito que garantia que nessa semana não haveria passageiro em pé. Hoje pela manhã os números que a gente tem é que 5% das linhas nós tínhamos passageiro em pé. O secretário tem até sexta-feira para conseguir fazer isso. Se até sexta-feira ele não conseguir fazer isso, a partir da segunda é outro secretário que vai tentar fazer isso”.
A ameaça de substituição foi feita durante coletiva de imprensa do governo de São Paulo, no início da tarde desta segunda (8).
Horas antes, porém, em agenda para a anunciar a reabertura do atendimento do serviço Descomplica SP, o prefeito negou que a medida seja obrigatória, conforme tinha sido anunciado por Caram na semana passada.
Em entrevista ao Bom Dia São Paulo na última sexta (5), o secretário afirmou que a partir do sábado (6), os ônibus na cidade de São Paulo só poderiam circular com a capacidade máxima de passageiros sentados. A medida teria valor de recomendação apenas durante a sexta (5).
Nesta segunda (8), Covas defendeu que a medida é uma recomendação da gestão municipal às empresas que operam os ônibus na cidade.
Pela manhã, Covas também afirmou que a frota será reforça nesta terça (9), nas linhas que registram lotação de passageiros.
“Não é uma obrigatoriedade, é uma recomendação feita pela Prefeitura de São Paulo. Nós identificamos em 5% das linhas esse tipo de problema, e a ideia é reforçar essas linhas para amanhã, são as linhas mais movimentadas da prefeitura, para que a gente não tenha esse tipo de problema”.
Reabertura
Em agenda pela manhã, o prefeito também afirmou que a Prefeitura de São Paulo recebeu 96 pedidos de setores para reabertura de comércios na cidade.
“Foram 96 pedidos que já foram apresentados. Desses, 53 desta segunda fase e 43 de setores de fases subsequentes, três, quatro e cinco, ou até mesmo de serviços essenciais que já estavam abertos, mas apresentaram proposta de protocolo”, afirmou o prefeito Bruno Covas.
“A expectativa é que a gente possa terminar a analise dos outros três setores e poder assinar os protocolos o mais breve possível.”
Covas não informou, porém, quando que novas liberações serão anunciadas pela gestão municipal. Disse apenas que a prioridade é de análise dos pedidos que fazem parte da fase atual.
“Estamos aí às vésperas de um dos dias mais importantes para o comércio, que é o dia dos namorados, mas apesar de toda a expectativa eu não posso atropelar a análise feita pela vigilância sanitária. Apenas ao final dessa análise e com a garantia de que vamos reabrir do jeito certo, é que vamos reabrir”.
A capital paulista foi autorizada pelo Plano São Paulo, do governo estadual, a iniciar em 1° junho a retomada de cinco setores da economia fechados desde o início da quarentena.
A reabertura na cidade só pode ocorrer após os protocolos de segurança serem aprovados pela Prefeitura. Na quinta-feira (4), concessionárias e escritórios tiveram seus planos aprovados e puderam iniciar a retomada das atividades no dia seguinte.
Volta para casa
Neste final de semana, Bruno Covas deixou a sede da Prefeitura de São Paulo, onde passou a morar desde o início da quarentena na cidade. Ele afirmou que poderá voltar a residir no gabinete, caso seja necessário recuar nas medidas de flexibilização.
“Depois de 70 dias na Prefeitura de São Paulo, depois eu conto dos fantasmas que eu encontrei lá durante à noite, que apareciam lá para conversar comigo, esse final de semana eu pude voltar para casa. E se a cidade voltar à fase 1, volto também a morar na prefeitura para poder me dedicar à pandemia. Agora a fase do controle, que é a fase laranja, me permitiu voltar para casa e poder dormir com o meu filho mais uma vez”, afirmou o prefeito.